“O trabalho que está sendo desenvolvido pela Cia. Rústico Teatral, sobretudo neste processo do espetáculo MARCO, acerca do trabalho especificamente do ator, me faz lembrar dois franceses que pude conhecer um pouco mais sob as palavras sábias do mestre Faleiro – professor da UDESC de interpretação na graduação e que destina suas aulas no mestrado aos estudos sobre o ator -, são eles: Jacques Copeau (1879-1949) e Charles Dullin (1885-1949). O primeiro, fundador do Vieux Columbier, centrava o fenômeno teatral no trabalho do ator, o que o fez sistematizar seu pensamento na formação deste e desenvolver uma pedagogia baseada na ética. E, desta última palavra, pode-se referenciar ao pensamento de Dullin, que se debruçava sobre uma metodologia em favor da sinceridade do ator, expondo-o às improvisações como meio do ator encontrar os seus próprios meios expressivos. Vinicius está passando por isso, jogado e jogador que deve encarar sua interpretação como o centro do evento cênico, em que a luz, a música e a coreografia nada mais são do que uma extensão sensível de sua gestualidade, já que se estas não forem produzidas à natureza do trabalho do ator, ver-se-á a artificialidade e, tão logo, perder-se-á a riqueza do encontro sincero com as estrelas.”
Samuel Kühn – diretor do espetáculo MARCO
12 de setembro de 2009.
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