terça-feira, 9 de março de 2010

A temporada de março-2010

A temporada de MARCO no SESC Joinville nos trouxe um espetáculo mais sólido que o período de estreia. Isso parece óbvio. No entanto, o trabalho que o ator Vinicius está se permitindo em cena é a chave maior para o crescimento do espetáculo e, como diretor, eu não esperava que esse tempo de férias, de descanso, fosse mexer com o ator a tal ponto de ressignicar sua atuação. "Às vezes nós precisamos nos afastar muito do caminho para atingir um ponto relativamente próximo", dizia Jarry, personagem de Edward Albee, em Zoo History. Livrar-se da submissão do forte texto poético de Flávio Carneiro e ser autônomo em cena sem perder o respeito pelas palavras fez dessa temporada um grande salto de crença sobre o próprio espetáculo. Pude conversar com algumas pessoas que assistiram pela segunda vez, a primeira na temporada de estreia e que voltaram agora, e todas comentaram acerca dessa mudança na interpretação de Vinicius. Estou satisfeito com a evolução, porém pronto para provocar novas mudanças na cena.

Um abraço,
Samuel Kühn

segunda-feira, 8 de março de 2010

CIA. RÚSTICO: Artistas e não teóricos de gabinete

A emoção entra em cena”, escrita pela jornalista Vanessa Bencz, no Caderno Anexo D do jornal A notícia, deu um panorama na produção teatral da cidade. No blog reproduzimos as linhas sobre a CIA Rústico Teatral:



"CIA. RÚSTICO: Artistas e não teóricos de gabinete

Vinicius da Cunha, 25 anos, ator, produtor cultural e professor, e Samuel Kühn, 28, ator e diretor teatral estão à frente da Cia. Rústico Teatral. “Mas, ao todo, trabalhamos com seis profissionais”, conta Samuel. Em 2008, a companhia nasceu a partir do interesse de pessoas que desejavam se dedicar à arte teatral. “O desejo também era trabalhar com profissionais de diferentes formações e localidades, priorizando a troca de conhecimentos em prol de experiências diversas e processos criativos autônomos.”

O grupo já apresentou peças bem conhecidas entre os joinvilenses. “Histórias de Malasartes – um Malandro de Coração”, com textos de Augusto Pessôa. O espetáculo estreou em 2008 e já circulou por 20 cidades de Santa Catarina com o projeto Baú de Histórias do Sesc. Outro espetáculo é o “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, em parceria com a La Trama Cia. Cênica, com texto do dramaturgo Plínio Marcos. “Tem sido muito bem recebido e está programada uma circulação pelo Estado no segundo semestre deste ano”, adianta.

Outro espetáculo é o “Marco”, texto adaptado da obra “O Livro de Marco”, de Flávio Carneiro, uma narrativa-poética que passeia pelo trabalho técnico do ator. “Igualmente bem recebido pelo público, o espetáculo já é cogitado para circulação em outras cidades, sob produção do próprio grupo.” Existe também uma peça em fase de criação. “Passport” tem texto do venezuelano Gustavo Ott e discute relações de poder e território com humor refinado.

“O teatro em Joinville é exemplo para o Estado. Quem diz isso são as outras cidades, não é uma opinião de umbigo”, diz Samuel. “Há necessidade de maior produção intelectual-prática, que muitos estão buscando fora e retornando à cidade, seja com graduação ou mestrado, e que voltam sendo artistas, não teóricos de gabinete.” Ele acredita que a Ajote é o grande ponto positivo, pois é um espaço em que os maiores interessados em arte se juntam para caminhar e crescer juntos. “Essa organização é um exemplo”, diz. O ator gostaria de ver cinco, dez, 15, infinitos espaços teatrais espalhados pelos bairros. Afinal, ele garante que há produção para ocupá-los e ofere- cer ao joinvilense uma produção teatral de qualidade."


FONTE: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2828718.xml&template=4187.dwt&edition=14244&section=1205